segunda-feira, 25 de maio de 2009

Resumo "Boris Kossoy: Fotografia e História"

Trabalho realizado pelos alunos: Cyntia Ventura, Gabriel Marquim, Julliana Araújo, Marcella Malheiros e Paulo Floro. 2009.1.

Boris Kossoy: fotografia e história

A fotografia surgiu em meio a um polvoroso cenário de transformações e mudanças sociais, econômicas e culturais provocado pela Revolução Industrial, e instigou um consumo massivo de sua técnica. Encontrou-se na imagem fotográfica um meio catalisador de expressão cultural, já que é uma necessidade humana a reprodução de fragmentos do mundo visível, como feita nas pinturas rupestres, por exemplo.

A partir do século XIX, o que antes era feito apenas manualmente, passou a poder ser obtido através de reações químicas da ação direta da luz em uma superfície sensibilizada. O que não impossibilitou o artista de reger o ato ou comandar o processo de criação, como explica o autor. A escolha de um aspecto determinado, o tratamento estético, a preocupação com a organização visual dos detalhes que compõem o assunto, bem como a tecnologia empregada, são elementos que mostram a atitude do fotógrafo e seu estado de espírito diante do fato.

Isso mostra os três elementos primordiais para a realização de qualquer foto, e podemos estabelecer a formulação: ASSUNTO/FOTÓGRAFO/TECNOLOGIA = FOTOGRAFIA. FOTÓGRAFO/TECNOLOGIA = FOTOGRAFIA. Num determinado momento histórico, com um determinado contexto social, econômico, religioso, artístico, o fotógrafo se sente motivado a registrar aquela fração da realidade através do seu congelamento visual, que dá origem à materialização da imagem.

A partir dessa materialização, chegamos, então, a uma questão de grande relevância para a fotografia: o seu estudo e o seu uso para o estudo. Quando se pesquisa a história de um povo, sabe-se que existe a necessidade de fontes documentais sobre cada época. O fazer cultural e a própria dinâmica da sociedade estudada precisa ser conhecida como ela mesma se reconheceu.

Dessa forma, a fotografia agrega-se a materiais como jornais, diários e outros documentos tangíveis para a leitura, entendimento e interpretação de um dado momento. No caso do Recife, por exemplo, são as fotos que nos dão a possibilidade de entendermos como era a configuração urbana da cidade no início do século XX, com a novidade das pontes de aço.

Mas ainda se dá pouco valor à fotografia como recurso histórico. Esse fato é discutido pelo autor no decorrer dos capítulos, e ele enumera as razões fundamentais para a necessidade de um cuidado e estímulo à investigação dos trabalhos fotográficos. Abaixo, reproduzimo-as:

. para que se possa estabelecer uma cronologia desses fotógrafos e seus sucessores, e assim obter um mapeamento da atividade nas diferentes regiões e períodos;
. para que se tenha um contato abrangente e familiarizado com os artefatos fotográficos do passado, a diversidade temática, os estilos e as tecnologias empregadas em diferentes períodos;
. para se obter um mapeamento da documentação fotográfica existente, através do levantamento dos acervos fotográficos públicos e privados.

No estudo da precedência e trajetória do documento fotográfico, Kossoy se debruça sobre o que ele chama de “procedência científica do achado”, procedimento que tem por objetivo registrar com exatidão técnica a origem da fonte. Com essa investigação, os documentos, monumentos e objetos produzidos pelo homem têm uma história, um valor autônomo da obra de arte, refutando a visão do senso comum de que fotografia mostra simplesmente uma cena passada, irreversível e congelada na imagem. Ela é um “documento da história da sensação, do gosto e do pensamento”.

Em outra ramificação de seus estudos, o autor propõe a “dupla linha de investigações”, que busca reunir uma série de elementos para, num segundo momento, através da interpretação mais profunda do documento, “alcançar o sentido maior da fração da vida representada naquilo que ela não tem de visível fotograficamente”.

Um comentário:

Unknown disse...

Nossa amei , quase choro rs