(Grupo F - Hugo, José Luiz, Roberta, Romero, Talita e Thayse)
Na introdução e nos capítulos 1 e 2, Pedro Sousa explica que o livro surgiu para eliminar uma lacuna existente sobre o tema na área de Comunicação. A história do fotojornalismo é marcada por uma série de contrastes: em determinado período valorizou-se a subjetividade e a estética, noutro, a objetividade e o valor noticioso, por exemplo. Ele cita, ainda, alguns estudiosos e de que maneira abordaram o tema. Entre eles, Gernsheim e Gernsheim (1969) e Geraci (1973), que interpretavam a fotografia como espelho da realidade e também Mitchell (1992) e Snyder (1980), que rebateram a ideia de espelho, chegando a afirmar que a visão dos fatos seria uma falácia. A primeira fotonotícia provavelmente foi o daguerreótipo de Carl Fiedrich Stelzner, sobre as consequências de um incêndio em Hamburgo.
Um pouco antes das guerras, que marcaram a mudança dos rumos da fotografia, iniciou-se a formação de um público para a reportagem ilustrada. A Guerra da Crimeia (1854/55) foi a primeira a ser coberta “fotojornalisticamente”. O precursor foi Roger Fenton, que produziu mais de 300 negativos, mas estes não mostravam a realidade do front de batalha, devido às limitações técnicas da época. A guerra de Secessão (1861/65), porém, foi coberta massivamente e revelou algumas características: a foto passou a ser vista como capaz de persuadir; a velocidade da obtenção e reprodução da foto começou a ser considerada relevante e a guerra foi despida da visão de epopeia.
Com os avanços técnicos do século XIX, a fotografia ganhava um teor mais real. Os leitores dor jornais queriam ser observadores dos fatos. E assim como nasceu o fotojornalismo, nasce a censura prévia a ele. Surgem várias revistas de fotografias como Illustrated American e The Photographic News. Entretanto, a foto só penetrou massivamente nos meios de comunicação a partir da impressão em halftone, que generalizou-se em 1880. Já a película fotográfica em tiras (filme) surge em 1884, uma invenção de George Eastman, que também criou a Kodak em 1888, para popularizar ainda mais a fotografia e torná-la mais acessível.
Com o aparecimento e difusão de novas ideologias, a demanda de fotos para a imprensa aumenta. A fotografia também se abre para novas experiências técnicas e compositivas. Os principais movimentos dentro da fotografia foram: a Photo Secession, que possuía um caráter mais realista e uma estética modernista, a Straight Photography, percepção a partir do ponto de vista do fotógrafo, e, por último, a Ordem fotográfica, que se recusa a mascarar as características técnicas e prega o máximo de detalhes.
Ainda no final do século XIX, os diários de notícias eram atrasados em relação à fotografia, apesar de, na época, já existirem revistas ilustradas. Foi no século seguinte, que surgiu o jornal inglês Daily Mirror, que trazia quase somente fotografias. No entanto, as empresas continuavam não investindo em equipamentos e laboratórios nas redações. Com o passar do tempo e com o surgimento de outras publicações, os diários passaram a receber um feed back positivo do público, que pedia por mais imagens. Com isso, empresas foram se adaptando, enquanto, a técnica fotográfica avançava. Nesse momento, a fotografia atinge três dimensões: empresarial técnica e cultural, com a inserção da foto como elemento informativo. A demanda levou ao aumento do número de profissionais e, nos anos 20, os repórteres fotográficos saíram do anonimato e a profissão passou a ser reconhecida.
O fotojornalismo moderno, por sua vez, tem seu surgimento atrelado à república alemã de Weimar (1918-1933). Nesse período, a Alemanha tornou-se a nação com o maior número de revistas ilustradas e notou-se o surgimento de agências fotográficas e dos foto-repórteres, como Erich Solomon, considerado “pai do fotojornalismo”. Houve, também, avanços tecnológicos significativos, tais como a criação de filme de maior sensibilidade e de câmeras mais portáteis. Um dos destaques é o aparecimento e a difusão da “candid photography”, a fotografia não posada ou não protocolar.
As fotos ganharam mais espaço nos jornais e nas revistas. Surgem até publicações mais focadas nas imagens, como a revista Life. As páginas dos impressos “ganham” as fotos sensacionalistas, como forma de chamar a atenção dos leitores. Durante o "new deal" norte-americano, o fotodocumentário ganha destaque. É realizado em todos os Estados Unidos, o Farm Security Administration Photographic Corps, para retratar a devastação deixada pela crise econômica de 1929. Aaron Siskind, da Liga Fotográfica Independente de Nova Iorque, se destaca pela forma distanciada para registrar a realidade.
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