sexta-feira, 5 de junho de 2009

Historia & Fotografia - BORIS KOSSOY (do cap 5 ao 7)

Grupo E: Manoela Moreira, Jo Nascimento, Karla Leal, Aline Lemos, Jessica Mota

A fotografia deixou de ser uma ferramenta de trabalho e passou a ser usada como objeto de coleção e entretenimento. Uma única foto contém várias informações acerca de um determinado momento do passado, seja ele pessoal ou de repercussão mundial. O espaço urbano, a arquitetura, o vestuário, a expressão facial, todos esses elementos contextualizam uma situação a ser interpretada.

A informação visual quase nunca é contestada devido à credibilidade da fotografia. A possibilidade de o fotógrafo interferir na imagem, e no contexto, existe desde a invenção da fotografia. Valorizando ou dramatizando o cenário, deformando a aparência dos retratados, omitindo ou introduzindo detalhes, isto é, manipulando através da técnica, estética, ou ideologicamente. Apesar do amplo poder de informação contido na imagem, ela apenas traz informações visuais fragmentadas do real.

A leitura da fotografia se abre em um leque para diferentes interpretações a partir daquilo que o receptor projeta de si, em função do seu repertório cultural, ideológico, socioeconômico. A interpretação é ambígua, pois nem sempre a coisa vista pelo artista é o que o espectador compreende. Devemos perceber na imagem o que está nas entrelinhas. É preciso aprender a esmiuçar as fotos criticamente, interrogativamente e especulativamente.

Por conta de um surpreendente interesse despertado pela fotografia em suas diferentes manifestações, por volta de 1960, um mercado voltado para a fotografia se iniciava a princípio nos Estados Unidos, depois em outros países. Assim, tantos as fotografias de épocas passadas, como também as contemporâneas, passaram a ser vistas com maior atenção.

    Nos centros urbanos, onde a industrialização foi mais intensa, iniciou-se o trabalho de pesquisadores em fotografia por conta do grande acervo herdado do período da industrialização. Mas, só por volta dos anos 70/80 começaram as pesquisas na America Latina. 

    Kossoy, como pesquisador, ressalta a importância de se considerar não só o 'trabalho manual' (calcular profundidade, tempo, luz e foco). Segundo ele, deve-se ressaltar a feitura de uma análise mais profunda da realidade, focando nas condições que originaram o evento, por exemplo, do que somente o valor estético e os aspectos tecnológicos.

A fotografia é a própria “memória cristalizada”, sua objetividade reside apenas nas aparências. Ocorre que essas imagens pouco ou nada informam ou emocionam àqueles que nada sabem do contexto histórico particular em que tais documentos se originaram. Não há como avaliar a importância de tais imagens se não existir o esforço em conhecer e compreender o momento histórico pontilhado de nuanças nebulosas em que aquelas imagens foram geradas. As fotografias não são meras “ilustrações ao texto”. A imagem fotográfica informa sobre o mundo e a vida, porém em sua expressão e estética próprias.

Toda e qualquer fotografia, além de ser um resíduo do passado, é também um testemunho visual no qual se pode detectar não apenas os elementos constitutivos que lhe deram origem do ponto de vista material. No que toca à imagem fotográfica, uma série de dados poderão ser revelados, posto que jamais mencionados pela linguagem escrita da história. Por outro lado, apesar de sua aparente credibilidade, nelas também ocorrem omissões intencionais, acréscimos e manipulações de toda ordem.

Fotografia é memória e com ela se confunde. Fonte inesgotável de emoção e informação. É, para o historiador, uma possibilidade inconteste de descoberta e interpretação da vida histórica.

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